Relações tóxicas: eu ou o outro?

GERAL

Tania Raposo

5/14/20243 min ler

Pessoas se relacionam e se influenciam mutuamente para o bem ou para o mal. À medida que interagimos, podemos estabelecer relações interpessoais saudáveis e sermos impactados por elas em nossa personalidade, caráter e vivências, positivamente. Ou o oposto, quando mantemos relacionamentos tóxicos, impactando tudo em nós negativamente.

Quando lemos afirmações assim é fácil concordarmos com ela, o difícil, no entanto, é a parte operacional da questão. Como identificar relações tóxicas, estando tão envolvidos com elas a ponto de considerá-las normal? Como saber se não somos nós os tóxicos da relação? Essa possibilidade é mais comum do que estamos dispostos a admitir…

Relações tóxicas podem acontecer em qualquer ambiente: familiar, profissional, amoroso, confessional/religioso, enfim, basta que existam seres humanos interagindo e a probabilidade de haver toxicidade não é nula.

Sobre esse quesito faz-se necessário frisar que pessoas são diferentes, têm histórias diferentes, sentem, pensam e agem diferente, isso significa dizer que há momentos em que nossas interpretações são diferentes do que a realidade realmente é. Às vezes, tomamos como tóxicas algumas pessoas, somente porque não concordamos com o seu modo de agir (provavelmente seja aí que nós nos tornamos os tóxicos).

De todas as formas, relações tóxicas são reais, ou por conta dos outros ou de nós mesmos, mas, seja o que for, sempre influenciam negativamente. E isso, ninguém quer. Talvez, a forma mais didática e geral de "identificar e fugir” dessa toxicidade é reconhecer o máximo do que a caracteriza, ou seja, saber identificar o seu “modus operandi”. Existe uma fábula rabínica que nos ajuda nessa identificação.

“Um dos justos após a morte chegou ao outro mundo e foi conduzido a um refeitório. Lá havia muitas pessoas sentadas ao redor da mesa, emagrecidas, a gente poderia contar suas costelas, elas estavam perto de morrer de fome, no entanto a mesa estava coberta totalmente por alimentos abundantes. O que aconteceu? Cada uma destas pessoas tinha uma colher de três metros, com a qual não era possível alcançar a própria boca, mas que lhe dava condição de alimentar o vizinho em frente. Elas não faziam isto e preferiam morrer de fome. Então o justo foi levado três cômodos adiante a uma outra sala, onde havia exatamente a mesma mesa com as mesmas comidas abundantes. Em volta dela sentava-se uma quantidade de pessoas com a mesma colher comprida, alegres e comemorando. Uma alimentava a outra. Isto, lhe diz o anjo, é o paraíso. Onde você esteve antes era o inferno.”

O que representam as colheres da fábula nos relacionamentos? Elas representam pontes, aquilo que nos une às demais pessoas. Elas representam uma relação mútua de ir e vir, um em direção ao outro, com movimentos de empatia, cordialidade e altruísmo. Por isso, foi possível ver, no segundo cenário, pessoas felizes, convivendo bem e sem nenhum prejuízo à própria identidade em servir aos demais. Enquanto serviam, e ajudavam aos outros, sem o fardo da obrigatoriedade, também eram servidos e ajudados por eles na mesma proporção. Isso sintetiza como funcionam os relacionamentos saudáveis.

Por que as pessoas do primeiro cenário, apesar de terem as mesmas condições - comida e colheres - permaneciam miseráveis?

Porque o tipo de sujeitos sentados naquela mesa compartilhavam do mesmo mal: o egocentrismo! Quando uma pessoa se vê como o centro do universo, ela é incapaz de enxergar outros universos à sua volta, por maiores que sejam. São incapazes de considerar mover-se em prol de outro que não si próprio porque, sendo ela o centro, o outro deve servi-la. Assim, todos os tóxicos morrem de fome…

Observando suas relações, você é capaz de pensar em pessoas que se consideram tão importantes que não conseguem realizar pequenas ações de boa convivência como: ceder, doar, fazer pelo outro, ser flexível, caridoso e outras qualidades nesse sentido? Se sim, essa é uma pessoa que nunca vai “pegar a colher" para te alimentar.

Talvez você seja quem não alimenta. Nesse caso, você também precisa repensar seu próprio modo de funcionamento, se quiser ser alguém que facilmente se assenta na mesa das pessoas felizes e bem alimentadas, como vemos na fábula.

Como psicóloga, posso te ajudar nessa jornada. Posso te auxiliar a identificar os relacionamentos tóxicos que têm prejudicado sua vida, bem como encontrarmos, juntos, meios para sair dessa situação (um processo único para cada cliente). Caso você tenha se auto identificado como alguém tóxico, igualmente podemos juntos percorrer um caminho de ressignificação de pensamentos e sentimentos que, seguramente, agirá no seu modo de ser atual, aproximando-o do modo de ser que você deseje mais.

É só entrar em contato e marcamos o início do seu processo. Te aguardo.